Papel de Contadora de Histórias - Como Tudo Começou

oi, gente! vou fazer um post diferente hoje e contar para vocês um pouquinho da minha história e como começou a minha paixão pela encadernação.

pra quem não sabe, eu me formei em arquitetura e urbanismo na uel, em londrina, interior do paraná e logo depois, me mudei para curitiba. escolhi esta cidade porque, na época, tinha o sonho de trabalhar com urbanismo (e curitiba é uma cidade mais que difundida em relação a isso) e também porque já estava namorando o daniel que já morava aqui e adora esta cidade.

quando cheguei, me propus a estudar na belas artes, buscando expandir o meu currículo através de uma formação mais artística que não tive no curso de arquitetura, tanto que, a minha intenção, era de fazer os dois primeiros anos do curso de licenciatura em desenho e depois largar a faculdade já que as matérias ligadas à licenciatura propriamente dita começariam a partir do terceiro ano e até então, eu nem sonhava em ser professora (como o mundo dá voltas, né?). achava que ter aulas de didática, de teoria da educação, entre outras coisas parecidas, seria chato demais...

mas aconteceu que a minha turma da faculdade era muito boa, daquele tipo que incentiva você a prosseguir, ainda mais se for em grupo, então, quando cheguei no terceiro ano, eu continuei.

e no terceiro bimestre, na disciplina de técnicas industriais I (acho), tive a primeira aula de encadernação da minha vida! que coisa fantástica! lembro da sensação quando eu realmente percebi que: "- nossa! é assim que se faz?". e me empolguei ainda mais quando a professora disse que a gente podia trabalhar com isso!

na época, eu trabalhava com arquitetura de maneira autônoma, fazendo projetos de casas e de interiores para alguns conhecidos, mas não estava tão empolgada assim. como disse uma amiga minha, peguei logo de cara um monte de problemas e clientes complicados que me fizeram desanimar na profissão. não é que eu não goste da arquitetura, muito pelo contrário. adoro fazer projetos, adoro estar em obras, mas já estava pensando na possibilidade de escolher um outro caminho e eis que uma luzinha se acendeu no final do túnel.

no final do ano, nesta matéria, a idéia era fazer um caderno de capa dura, costurado, com revestimento em vulcapel. esse aí embaixo foi o que eu apresentei. pra ele ficar assim, eu o refiz QUATRO vezes, completamente. desmanchando a costura algumas vezes, fiz a capa duas vezes, mas ainda assim, não ficou do jeito que eu queria (é... já me falaram que eu devo ter alguma lua ou coisa parecida em virgem - sou super detalhista quando se trata de trabalho - hehehe!).


conseguem ver que tem um pequeno declive no caderno? existe um triângulo que se forma em relação à lombada e às capas de cima e de baixo... pra um caderno ser perfeito, este desnível não pode existir. por conta disso, não tirei 10 na matéria.

mas me empolguei mesmo assim. a partir daí, comecei a comprar papel e transformar tudo em caderno. aos pouquinho fui descobrindo um curso aqui, outro ali, comprando um livro sobre o assunto e me aprofundando um pouquinho mais a cada dia. hoje em dia trabalho exclusivamente com isso, e o melhor, feliz da vida! ah, e virei professora também! de encadernação artística!

ah, e a culpada de tudo isso foi a vivian letícia busnardo marques, professora da belas artes, da tal disciplina que eu falei aí em cima. eu sei que ela fala por aí com todo o orgulho e com toda razão que quem diria que numa aula dela alguém fosse se sentir tão tocado pelo assunto e decidir transformar a encadernação em profissão?

na nossa formatura, que foi no final do ano passado (sim, eu concluí o curso de licenciatura em desenho na belas artes! e a pós em história da arte na belas também!) fiz questão de tirar uma fotinha com ela! olhem aí:


a vivian é uma pessoa super querida e além de professora na belas, é restauradora de papéis em seu próprio atelier chamado arqueologia do papel.

por hoje é só pessoal! : )

ah, no próximo post de domingo, não percam, o primeiro sorteio aqui do blog!

beijocas,

mi